Gerdau suspende avaliação de investimento no México devido a incertezas tarifárias, declara CEO

Gerdau suspende avaliação de investimento no México devido a incertezas tarifárias, declara CEO
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A Gerdau (GGBR4) anunciou a suspensão de seu estudo para investimento em uma nova unidade de aços especiais no México. O presidente da empresa, Gustavo Werneck, destacou que as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos deverão provocar alterações significativas no setor automotivo, impactando a produção desses materiais no México.

“Não tomamos decisões de investimento com base em políticas governamentais. No entanto, a questão das tarifas pode levar a uma transformação mais profunda no setor automotivo, principalmente no que tange aos fluxos de fornecimento, resultando em uma reorganização que ainda não podemos prever. Nossa decisão reflete a incerteza sobre a estrutura futura da cadeia automotiva global”, explicou Werneck.

O diretor financeiro, Rafael Japur, revelou que o mercado previa que o investimento alcançasse cerca de US$ 600 milhões, aumentando gradualmente o capex comprometido da empresa.

Werneck também mencionou que a empresa está revisando a possibilidade de limitar novos investimentos no Brasil, dependendo da resolução do governo brasileiro sobre o sistema de cotas e tarifas de importação de aço, com prazo de expiração em maio deste ano. Ele relatou que discussões estão em andamento com autoridades federais, esperando-se o anúncio de novos mecanismos de defesa. Entre os tópicos em consideração está a possível implementação do modelo “hard quota”, que aplicaria tarifas a todas as importações de aço.

Adicionalmente, Werneck destacou que uma tarifa de 25% comprometeria a competitividade da indústria brasileira. Ele também sugeriu que outros produtos, como o vergalhão, poderiam ser incorporados ao sistema de cotas e tarifas. Recentemente, em reuniões com a presidência da República e com o ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin, esse tema foi central nas discussões.

“Devemos continuar investindo no Brasil sem uma estrutura de defesa adequada?”, indagou Werneck. Ele sugeriu que a redução de investimentos poderia liberar capital para, por exemplo, a recompra de ações. No entanto, ele reafirmou que o desembolso de R$ 6 bilhões já programado para o ano será executado conforme planejado. As revisões são consideradas para os anos subsequentes.

“Estamos aptos a manter o nível de investimentos,” declarou. Todavia, ele alertou que, apesar das condições financeiras permitirem, a decisão estratégica pode seguir um caminho diferente.

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